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Menos de 4% das crianças abaixo de 5 anos foram imunizadas contra Covid-19 no Brasil

Em 2022, país registrou uma morte por dia nesta faixa etária, que também é a mais acometida pela síndrome inflamatória multissistêmica


Publicado em: 06/01/2023

Até o início deste ano, apenas 3,9% das crianças brasileiras de até 5 anos – ou seja, 584.456 meninos e meninas – haviam completado o esquema vacinal primário de duas doses ou dose única contra a Covid-19, segundo a plataforma LocalizaSUS do Ministério da Saúde. Os dados são preocupantes e refletem o cenário de 2022, quando o país registrou uma morte por dia em crianças de seis meses a 5 anos em decorrência da doença. A vacinação do público de 3 a 5 anos é aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) desde julho do ano passado com a CoronaVac, e crianças a partir de seis meses podem receber o imunizante da Pfizer desde setembro. 

Em 2022, o Butantan entregou 12 milhões de doses da CoronaVac para a imunização de crianças e adolescentes, cumprindo o que foi encomendado pelo governo federal. A secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, Ethel Maciel, afirmou nesta sexta (6/1) que o estoque de imunizantes contra Covid-19 para crianças de até 5 anos está esgotado, e que o contrato com o instituto deve ser retomado em breve, segundo informações da Agência Brasil.

Uma das principais consequências da Covid-19 é a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Enquanto os casos de SRAG em crianças de até 5 anos subiram de 10.504 para 14.852 entre 2021 e 2022 (41,3%), o número de casos no público de 6 a 19 anos, que teve uma cobertura vacinal maior, caiu de 9.396 para 5.994 (36,2%). Cerca de 30 milhões de indivíduos de 5 a 19 anos foram completamente imunizados até o início deste ano, o equivalente a 68% dessa faixa etária.

Outra prova do impacto positivo da vacinação na população infantil está na queda de mortes: em 2021, foram 796 óbitos no público de 6 a 19 anos, e o número caiu para 330 em 2022 (uma redução de quase 60%). O total geral de mortes por SRAG no Brasil nos últimos dois anos teve uma queda expressiva de 84% (372.954 para 59.409), uma provável consequência da cobertura vacinal contra Covid-19 dos adultos.


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