Com a chegada do verão e da temporada de chuvas em boa parte do país, é preciso reforçar os cuidados contra o mosquito transmissor da dengue, o Aedes aegypti. O Butantan trabalha para disponibilizar uma vacina contra a doença, mas, por enquanto, a forma mais eficaz de combater a dengue continua sendo eliminar os reservatórios de água limpa parada, que servem de criadouro para as larvas do mosquito. Essa ação é ainda mais relevante no atual contexto da dengue no Brasil: em 2022, foram registrados 1.450.270 casos prováveis da doença, um aumento de 162,55% na comparação com 2021, e 1.016 mortes.
De acordo com o primeiro Boletim Epidemiológico de 2023 divulgado pela Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, no ano passado a taxa de incidência da doença foi de 679,9 casos a cada 100 mil habitantes. Foram confirmados 1.473 casos de dengue grave e 18.145 casos de dengue com sinais de alarme, sendo que 630 casos permanecem em investigação.
Os estados onde ocorreram mais mortes foram São Paulo (282), Goiás (162), Paraná (109), Santa Catarina (88) e Rio Grande do Sul (66), e outros 109 óbitos continuam em análise. As informações são referentes aos registros feitos ao longo de todo o ano no Sistema de Informação de Agravos de Notificação online (Sinan Online).
A região Centro-Oeste apresentou a maior taxa de incidência de dengue, com 2.086,9 casos a cada 100 mil habitantes. Na sequência vem a região Sul (1.050,5 casos/100 mil habitantes), a Sudeste (536,6 casos/100 mil habitantes), a Nordeste (431,5 casos/100 mil habitantes) e a Norte (277,2 casos/100 mil habitantes).
Já em relação aos municípios, os que registraram mais casos prováveis de dengue foram Brasília (DF), com 70.672 casos (2.282,9 casos/100 mil habitantes); Goiânia (GO), com 56.503 casos (3.632,1 casos/100 mil habitantes); Aparecida de Goiânia (GO), com 27.810 (4.620,8 casos/100 mil habitantes); Joinville (SC), com 21.353 (3.531,1 casos/100 mil habitantes); Araraquara (SP), com 21.070 casos (8.759,3/100 mil habitantes) e São José do Rio Preto (SP), com 20.386 (4.345,0/100 mil habitantes).
Em 2022, o auge da curva epidêmica dos casos prováveis ocorreu entre a 8ª e a 24ª semana epidemiológica, ou seja, entre o final de fevereiro e meados de junho. Esse comportamento é parecido com o que aconteceu em 2019 e diferente do registrado em 2020, já durante a pandemia, quando a maior incidência se deu entre a 1ª e a 20ª semana epidemio