A coral-verdadeira (gênero Micrurus) é muito conhecida pela população brasileira, e tem um padrão de cores característico: sua pele é desenhada por listras que intercalam preto, vermelho e branco. A coloração não é à toa: seu objetivo é sinalizar aos predadores já de cara que ela é bem perigosa – na natureza, esse tipo de recurso se chama coloração de advertência.
Seus hábitos alimentares fogem do usual: incluem presas alongadas, como lagartos sem patas, cecílias e outras cobras.
Considerada uma das serpentes mais venenosas do território brasileiro, a coral-verdadeira tem um veneno de alta toxicidade que afeta diretamente o sistema nervoso. Se uma pessoa é picada, os primeiros sintomas são dormência no local, visão turva e dificuldade na fala. Porém, aos poucos, a peçonha começa a afetar o restante do sistema nervoso, provocando paralisia de músculos importantes, como coração e diafragma.
Apesar de representar todo esse perigo, a coral-verdadeira é muito tímida e vive geralmente escondida entre a vegetação rasteira, buracos no chão e debaixo de pedras. Além disso é um animal tranquilo, que em raras ocasiões ataca.
Outra curiosidade bem conhecida é que a coral-verdadeira tem diversas sósias, as corais-falsas. Essas serpentes, que não são perigosas, mimetizam as características físicas das corais-verdadeiras para afastar possíveis predadores.
Se encontrar uma possível coral, não tente diferenciá-las! Afaste-se do local o mais rápido possível. Se estiver em ambiente urbano, avise as autoridades responsáveis. Caso seja picado por uma coral-verdadeira, busque atendimento médico imediatamente. O tratamento da picada é feito com a administração do soro antielapídico, fabricado no Instituto Butantan.
CORAL-VERDADEIRA
Espécie: serpente Micrurus corallinus, da ordem Squamata, da família Elapidae e do gênero Micrurus.
Onde habita: mata atlântica.
Características físicas: corpo longo e fino, coberto de listras coloridas que intercalam preto, vermelho e branco ou amarelo.
Alimentação: lagartos, cecílias e outras cobras.