Em 1921, os cientistas franceses Léon Calmette e Alphonse Guérin anunciaram ao mundo a descoberta de uma vacina contra a tuberculose. O imunizante foi desenvolvido a partir do enfraquecimento de uma bactéria causadora da versão bovina da doença, que foi batizada de Bacilo de Calmette e Guérin (por isso, a sigla BCG). “Após mais de uma década de estudos, os cientistas perceberam que ela gerava uma resposta imune protetora em humanos, sem gerar a patologia”, explica a pesquisadora Luciana Leite, do Laboratório de Desenvolvimento de Vacinas do Instituto Butantan. No Brasil, o imunizante BCG chegou em 1925 e tornou-se obrigatório há 45 anos. Uma única dose é aplicada nos braços de recém-nascidos, sendo conhecida por deixar uma cicatriz de até 1 cm na região da injeção. Embora a proteção contra a doença em adultos seja reduzida, a vacina foi fundamental para o controle da tuberculose ao longo da história.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), nos últimos 20 anos, houve uma redução de 30% nas mortes causadas pela tuberculose em todo o mundo. Nos países onde a BCG integra o programa de vacinação infantil, o imunizante previne cerca de 40 mil casos anuais de meningite tuberculosa (quando a bactéria infecta o sistema nervoso). Mesmo assim, ainda hoje, ela está entre as dez maiores causas de morte no mundo, sendo especialmente letal nas regiões em desenvolvimento, caso da África e do Sudeste Asiático. O motivo é que a transmissão está ass