Para uma vacina ser eficaz contra variantes do SARS-CoV-2, como a ômicron, além da capacidade neutralizante dos anticorpos, outros recursos estão disponíveis ao sistema imune.
“Os anticorpos neutralizantes são a maneira mais fácil e tradicional de medir a resposta imune de uma vacina. Você neutraliza o vírus diretamente e evita que ele entre na célula, mas isso não quer dizer que é a única resposta do organismo para atuar contra a infecção”, explica o diretor do Laboratório Multipropósito do Instituto Butantan, Renato Astray.
Segundo o pesquisador, há outros mecanismos imunológicos que podem promover a proteção conferida pela vacina como a resposta imune celular e a humoral mediada por anticorpos não neutralizantes, mas com capacidade de estimular outros recursos do sistema imune que levarão à destruição do vírus. Este raciocínio deve estar em mente ao questionar a quantidade de anticorpos neutralizantes gerados pela vacina contra a variante ômicron, por exemplo.
“As vacinas atuais podem ter desenvolvido anticorpos com menor potencial neutralizante contra a ômicron em comparação com outras variantes, mas isso não quer dizer que as vacinas não protegem”, afirma. Segundo o pesquisador, a funcionalidade da vacina contra Covid-19 se comprova a cada variante que surge: caso contrário novas epidemias surgiriam a cada nova cepa.
“No mundo, os vacinados de maneira ge