Reportagem: Beatriz Milanez
Fotos: Felipe Ribeiro Albano
Nesta quinta-feira (11/12), o Instituto Butantan realizou a cerimônia de encerramento da 3ª edição do Programa Educacional Cientista Mirim. O evento contou com a presença de familiares e professores dos jovens participantes, além de representantes da diretoria do Butantan, como a vice-diretora do Centro de Ensino, Vânia Mattaraia, e o diretor de Alianças Científicas Internacionais, Lucio Gama. O objetivo foi celebrar o final do programa e entregar os certificados de conclusão aos alunos e alunas participantes.
O Programa Educacional Cientista Mirim, organizado pela Escola Superior do Butantan (ESIB), tem o intuito de despertar a vocação científica de jovens talentos por meio de aulas teóricas e práticas realizadas nos laboratórios do Butantan. Para esta edição, de um total de 135 inscrições foram selecionados 19 estudantes do Ensino Médio de escolas públicas e privadas de todo o estado de São Paulo.
Ao longo dos últimos seis meses, os estudantes participantes frequentaram os laboratórios do Butantan, contando com o apoio e a orientação dos pesquisadores da instituição, além de participarem de aulas sobre biossegurança, Boas Práticas de Laboratório (BPL), armazenamento e descarte de resíduos. Por meio do programa, os jovens puderam ampliar seu conhecimento em técnicas científicas e a capacidade de solucionar e interpretar resultados.

Ao dar início à cerimônia de formatura, a pesquisadora do Butantan e coordenadora do programa Cientista Mirim, Vanessa Zambelli, destacou o significado da iniciativa para os jovens estudantes: com a conclusão desta edição, expressões como “aprendizado ativo”, “ciência real”, “um sonho possível”, “experiência apaixonante” e “divisor de águas” passaram a fazer parte da experiência dos alunos.
“Atingimos o nosso objetivo de dar oportunidade para aqueles que já são brilhantes, mas que estão interessados em ir além. Eles vivenciaram o dia a dia do laboratório, experimentaram, erraram, discutiram com profissionais que têm mais tempo de estrada, com orientadores e colegas do laboratório. É, sim, um sonho possível e agora vocês sabem quais são os caminhos para conquistá-lo”, afirmou, emocionada.

A importância do programa para os jovens que desejam seguir no caminho da ciência também foi ressaltada pela vice-diretora do Centro de Ensino, Vânia Mattaraia. Segundo ela, vivenciar a ciência em uma instituição como o Butantan é uma oportunidade brilhante e enriquecedora. “Conseguimos alimentar essa chama da vontade de conhecimento de vocês e esperamos mantê-la acesa. Voem alto e sejam felizes fazendo aquilo que gostam de fazer, sempre”, afirmou a pesquisadora, ao se referir aos jovens presentes.
O diretor de Alianças Científicas Internacionais do Butantan, Lucio Gama, fez questão de destacar a dedicação dos alunos à ciência e como o acesso à educação é transformador. “Eu me vejo em vocês porque também fui um cientista mirim e tive o privilégio de ter apoio para me dedicar aos estudos e a oportunidade de desenvolver a ideia de ciência – é isso o que vocês estão tendo aqui e que é fundamental para o crescimento do país.”

Os integrantes do Cientista Mirim 2025 foram representados pelos alunos Maria Eduarda Queiroz da Silva e Theo Camargo Rodrilla, oradores da turma. Emocionados, eles agradeceram aos professores, pesquisadores e orientadores que tornaram a experiência do programa possível e completa, destacando a relevância da iniciativa para a compreensão, na prática, de como a ciência acontece e que lugar ela ocupa na sociedade. “O programa subverte uma noção de ciência como algo distante e difícil. É o início de uma conscientização e tomada do poder científico, uma forma de nos unirmos e conseguirmos melhorias para o mundo”, pontuou Theo.
Maria Eduarda fez questão de ressaltar as lembranças que ficarão guardadas na memória com carinho: a chance de participar da Reunião Científica Anual do Instituto Butantan (RCA) com os projetos elaborados durante programa; as vivências com os companheiros de bancada; a oportunidade de trabalhar com profissionais que antes eram apenas uma referência distante. “Fomos acolhidos e ensinados com paciência por uma comunidade inteira que nos mostrou o poder transformador do conhecimento. Hoje celebramos não apenas uma conclusão ou despedida, mas o começo de uma história e o início de muitos caminhos possíveis.”
Ao final, o especialista de laboratório e professor Hugo Vigerelli, com os olhos marejados e a voz embargada, prestou uma homenagem aos alunos. “Quero que vocês saiam daqui como cientistas, mas nunca se esqueçam de que são pessoas, com medos, fragilidades, angústias”, destacou ele. Ao final, houve a entrega dos certificados de conclusão para os estudantes.




