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"Eu não perdoo quem não leva crianças para vacinar", diz Boris Casoy, vítima da poliomielite, na estreia do podcast do Butantan

O jornalista é entrevistado junto com o médico Dimas Covas no podcast “Saber”, novo programa de entrevistas do instituto


Publicado em: 12/12/2022

Talvez nem todo mundo saiba, mas o jornalista Boris Casoy, de 81 anos, famoso pelos bordões “isso é uma vergonha” e “o Brasil precisa ser passado a limpo”, foi vítima da poliomielite, junto com sua irmã gêmea Nina, com 1 ano de idade, quando ainda não existia a vacina contra a doença. 

O vírus altamente contagioso, que causa paralisia, foi responsável por gerações de pessoas com problemas de locomoção, o mesmo que ocorreu com Boris e sua irmã. Ambos perderam os movimentos das pernas, recuperados parcialmente após anos de cuidados médicos e uma cirurgia realizada nos Estados Unidos aos 9 anos. Os problemas de locomoção deixaram marcas profundas no jornalista, que sofreu bullying na escola, o tornaram um amante do rádio, pois não podia brincar com as outras crianças, e fizeram dele um militante da vacinação contra poliomielite em toda sua vida como comunicador.

Boris é enfático em defender o imunizante, já que a doença, segundo ele, “causa um sofrimento psicológico que atinge as crianças e suas famílias, que ficam em desespero”, conta.

Eu era chamado de mula manca na escola. Eu era diferente, não conseguia correr, brincar, ficava de pé graças ao aparelho, uma bota com dois ferros, uma espécie de estrutura metálica que mantinha minha perna reta e de pé, mas não podia dobrar, conta. 

O comunicador lembra de ouvir frases como “oh, coitadinho”, que o fazia se sentir excluído e lhe causava profunda tristeza.

Então eu chorava e, minha mãe, que veio de uma aldeia russa, não conhecia a psicologia, chorava junto”.

Por este histórico, Boris é o convidado, junto do médico Dimas Covas, do episódio de estreia do podcast Saber, o novo programa de entrevistas do Instituto Butantan. O podcast estreia nesta segunda (12) no Canal do Instituto Butantan no Youtube.

Eu não perdoo quem não leva a criança sob sua responsabilidade para vacinar. É tão fácil. De repente se evita uma catástrofe monumental. Você salva uma vida”, disse durante entrevista conduzida pela jornalista e gerente de comunicação do Butantan, Vivian Retz.

No podcast, Boris e Dimas abordam a queda na taxa de adesão à vacina contra poliomielite, e o médico explica por que isso vem ocorrendo no Brasil.

Ouça toda a esta emocionante conversa no Canal do Butantan no Youtube ou no seu agregador preferido.